16 ago, 2021

Charlie, proptech de locação de imóveis, quer trazer tecnologia ao mercado de hospitalidade

Fundada em junho de 2020, a startup já conta com 500 quartos cadastrados em São Paulo e Porto Alegre

Foi durante a pandemia, em junho de 2020, que o mercado brasileiro de proptechs ganhou um novo player. O setor, que explodiu nos últimos anos com empresas como Loft, QuintoAndar e Housi, agora conta com a startup Charlie, focada na locação de imóveis. A empresa opera como uma mescla de Airbnb com imobiliária tradicional, conectando hóspedes a apartamentos disponíveis para moradia - de curta ou longa duração.

Para isso, o Charlie fechou parceria com incorporadoras para administração de imóveis de seus investidores. Entre os parceiros, estão gigantes como Cyrela e Camargo Correa. Ao todo, a startup já conta com 12 empreendimentos e 500 quartos cadastrados em São Paulo e Porto Alegre. Nos últimos seis meses, obteve uma taxa média de ocupação de 80%. O objetivo é gerenciar 1 mil unidades até o fim deste ano.

Allan Sztokfisz, CEO do Charlie, diz que a ideia do negócio veio da sua experiência no mercado imobiliário, setor em que atua há mais de 15 anos. Observando as mudanças de comportamento do consumidor e os novos modelos propostos pelas proptechs, Sztokfisz desenvolveu uma proposta simples: trazer tecnologia para a experiência dos hóspedes e operar como um prestador de serviço para investidores do mercado imobiliário.

“A nossa solução foi criada para esse investidor não se preocupar com nada. Nós somos responsáveis pelo atendimento ao cliente, limpeza e manutenção do empreendimento”, diz o CEO. A startup cobra de 18% a 20% do total de cada locação do dono do imóvel - mas o valor só é cobrado caso o aluguel aconteça. Outro ponto é que a empresa também concentrou seus esforços no mercado hoteleiro, transformando empreendimentos de redes como Mercure e Ramada em negócios dentro do modelo Charlie.

O objetivo é atender um público-alvo formado por pessoas que precisam de um lugar para ficar nessas cidades por um tempo, como em viagens a trabalho ou acompanhamento médico, assim como interessados em viver em vários locais ao longo de sua vida. “Os nômades digitais”, diz Sztokfisz. Entre os diferenciais do negócio, a startup oferece a possibilidade de aluguel sem fiador ou seguro fiança, assim como unidades mobiliadas.

Outro ponto é que os locatários têm acesso a todos os serviços da empresa em um aplicativo. Por meio dele, por exemplo, é possível solicitar um café da manhã de parceiros do Charlie e limpeza do apartamento. “Nosso objetivo é atender, por exemplo, pessoas que precisam de lugar para ficar, em transição de vida, reforma de um imóvel ou que estão na cidade para um curso ou projeto”, diz.

Segundo Sztokfisz, o objetivo do Charlie é focar sua oferta de imóveis nas regiões Sul e Sudeste. A próxima cidade do negócio deve ser o Rio de Janeiro. “Mas não descartamos o Nordeste também”, afirma. A startup, que hoje conta com 60 pessoas no time, também se prepara para sua primeira rodada de investimentos, planejada para este ano. “É um negócio que demanda investimento relevante em cada unidade e sabemos que capital adicional será importante para turbinar o modelo.”

Fonte: Site PEGN