16 out, 2021

Imóvel valorizado é imóvel registrado

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 16/10/21

O ano de 2021 vem mostrando como o mercado imobiliário é capaz de superação. Nos últimos doze meses, a evolução no preço dos imóveis foi responsável por elevar, de maneira expressiva, o patrimônio dos brasileiros. Segundo o indicador IGMI-R (Índice Geral de Preços do Mercado Imobiliário Residencial), da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a valorização atingiu a média de 12,5%.   

Os fatores que colaboraram para isso são diversos, porém, tem destaque a queda da taxa Selic no ano passado e a maior disponibilidade de crédito através das instituições financeiras que impulsionaram o mercado, atraindo interesse até de pessoas que não tinham a compra do imóvel em seu planejamento, seja ele para investimento ou futura moradia.   

Com a queda nos juros em 2020, a atratividade dos investimentos em imóveis cresceu. Soma-se a isso, o déficit habitacional que leva milhares de famílias a buscar seu primeiro imóvel para sair do aluguel.   

Com a instabilidade do mercado financeiro, os rendimentos de ganho variável deixaram de ser atrativos, frente aos ativos reais. Afinal, estes se mostraram uma aposta mais segura e rentável. 

Recentemente, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgou estudos demonstrando que a pessoa que investiu em imóveis no Brasil entre 2010 e 2019 teve rendimento anual médio de 15,3% ao ano. Este percentual considera tanto o ganho com valorização quanto receita proveniente de aluguel. O retorno é 56% superior ao CDI médio do período. 

Entretanto é neste cenário também que as oportunidades de investir precisam ser analisadas, pois nem todas podem levar a um retorno seguro e, sim, a uma dor de cabeça.  

É fundamental verificar se o imóvel onde se planeja investir está devidamente registrado pela incorporadora.   

Investir em um imóvel que não tenha o Registro da Incorporação é, em outras palavras, aplicar o dinheiro em algo que não existe. É um mau negócio. 

Afinal, se o imóvel for comercializado e construído de forma irregular, apresentar falhas, defeitos de edificação, tais vícios não poderão ser contestados, já que todas as especificações que garantiriam sua construção nos parâmetros legais só estão disponíveis no RI.   

Por outro lado, o imóvel que tem o RI, não apenas pode minimizar as possibilidades de transtornos, como também gera um retorno positivo para seu comprador, sendo um investimento mais seguro e que pode ser financiado.  

Os dados mostram que é sim possível ao brasileiro valorizar seu patrimônio por meio do mercado imobiliário, mas isso só será efetivo através de um investimento seguro com incorporadores que tenham responsabilidade com seu próprio negócio e com seu cliente.    

 
Cláudio Cunha                
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).