02 ago, 2021

É preciso lançar imóveis

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 31/07/21

Temos falado sobre como este é um bom momento para adquirir imóveis, seja para moradia ou como forma de investimento. No entanto, para manter o mercado aquecido, não basta apenas o movimento de compra. Os lançamentos são igualmente importantes. 

O receio para lançar novos empreendimentos em um período de incertezas impactou na oferta de imóveis disponíveis para compra, com uma redução de 16% em unidades disponíveis na Bahia entre julho de 2020 a junho de 2021.   

Os players do mercado imobiliário que estão com terrenos e projetos, estão prontos para novos lançamentos. Alguns dados corroboram para essa análise. Para este ano, a Abrainc, estima que haverá alta de 40% do volume de lançamentos e 30% no número de unidades comercializadas. 

De janeiro a junho, os lançamentos imobiliários registraram expansão de 95% no Valor Geral de Vendas (VGV), de R$ 15,2 bilhões, conforme prévias operacionais divulgadas pelas empresas. No segundo trimestre, a expansão dos lançamentos chegou a 117%, para R$ 9,87 bilhões.   

Já a Abecip prevê um recorde de financiamentos com recursos da poupança este ano, com expectativa de crescimento de 57% no ano fechado de 2021, podendo chegar a R$ 195 bilhões em crédito concedido. 

Como já sabemos, Salvador registrou aumento de 40% no volume de vendas de unidades no primeiro semestre e, conforme os levantamentos mostram, o segundo semestre é historicamente melhor que o primeiro no mercado imobiliário baiano - o que gera uma expectativa de mais procura por imóvel nesta segunda parte do ano, principalmente em razão de mais otimismo relacionado à economia.   

De acordo com a Abecip, é natural uma elevação dos juros imobiliários após a terceira alta consecutiva da Selic (taxa básica de juros). As taxas podem sair do patamar atual de 6,9% para em torno de 7,5% e 8%. 

Além disso, o Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve alta de 3,3 pontos de junho para julho deste ano e chegou a 95,7 pontos, em uma escala de zero a 200. Esse é o maior patamar do indicador, que mede a percepção dos empresários da construção, desde março de 2014. 

Esse crescimento foi puxado pela melhora da confiança dos empresários em relação aos próximos meses, medida pelo Índice de Expectativas, que subiu 6,8 pontos e chegou a 102,2. 

Isso tudo quer dizer, há otimismo, há liquidez na economia e, mais importante, há procura. Alguns desafios precisam ser vencidos, a burocracia e os custos de materiais. 
 

Cláudio Cunha 
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia)